sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

Sorria! A vida é bela - apesar do Anastasia!

Claro que não dá para esquecer que somos professores da rede estadual de Minas Gerais. Claro que não dá para esquecer o quanto somos tratados como ninguém ou, no máximo, como alguém que incomoda... Mas é carnaval! Revigoremos as nossas forças, saibamos "tirar leite das pedras" e ser felizes, pois no final, é isso que importa. Alguns poderão dizer: Como ser feliz se falta dinheiro para tudo? Nem aquela cervejinha está dando para comprar - aliás, quero fazer aqui a minha denúncia, injuriada que estou com a situação: estão cobrando R$4,00 por um latão de cerveja nos bares e barracas do Caranfolia. Sei que compra quem quer e pode, mas é um abuso! 
Ainda assim, tentemos curtir o momento. Vale a diversão, o encontro com os amigos, ou o descanso em casa para quem não é muito dado à folia carnavalesca.
Para alegrar um pouco este post, reproduzo aqui uma de minhas crônicas, na qual faço uma homenagem ao bloco das "Melindrosas Pererecas da Sapolândia", cujo desfile é sempre um show!

NO REINO DAS PERERECAS

Reinado de um dia só, aguardado com ansiedade. Na quinta-feira que antecede o carnaval, elas invadem a cidade. Graciosas, belas ou, simplesmente, ridículas mulheres fatais. Há para todos os gostos: loiras, morenas, lisas, peludas. Batons vermelhos, brilhos, plumas e paetês, tentando se equilibrar no salto subtraído da mãe, após insistentes recomendações para que tenham cuidado, pois o sapato é novo e caro. É gostoso de ver!
Nessas ocasiões, o vexatório torna-se engraçado. A timidez fica de lado. Curioso como podemos observar pessoas sérias, às vezes até sisudas, soltando a franga e se transformando. Elas passam na avenida. Altivas, produzidas e de sorriso aberto. Vivem a fantasia de serem o outro lado da questão. São de todas as idades. Algumas, de velhos carnavais de minha mocidade. Outras, da nova geração que mantém viva a tradição. Passam ao som da marchinha cujo refrão permanece vivo na memória: “Tem que ser macho pra sair nas Pererecas...”
E penso o quanto devemos ser “machos” e “fêmeas” para driblar os muitos dias do ano no sufoco, na correria estressante, mas também na alegria que todo ser humano é capaz de carregar dentro de si e, vez ou outra, distribuí-la aos demais. Gosto das Pererecas. Divirto-me. Têm lugar certo na minha agenda: quinta-feira de carnaval, vejo o desfile delas. Desopilo o  fígado, descarrego   as   más   energias.  Sou   beneficiário   dessa loucura coletiva a que dão o nome de “Pererecas da Sapolândia”.
(Do livro de crônicas "Sob o olhar dos 40", da autora deste blog)

Um comentário:

  1. Companheira Graça, veja mais uma notícia sobre o piso, não me anima tanto, mas não custa lermos.
    http://noticias.universia.com.br/destaque/noticia/2012/02/24/913685/estados-e-municipios-no-fizeram-reajuste-no-piso-salarial-do-professor-tero-pagar-retroativo.html

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