quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Professora, com muito orgulho!


Desde pequena me ensinaram a gostar de estudar. A amar os livros. A descobrir, em cada linha decodificada, o prazer de ser gente. Porque gente é assim... encantada com o saber. Desde criança, alertaram-me para a necessidade de me dedicar, para que pudesse alcançar meus sonhos. Voos altos. Mas, por querer mesmo, resolvi voar baixinho, admirar de perto as maravilhas deste mundo. Quis pouco, apenas ser feliz. Quis estar com pessoas, embora por muito tempo tivesse andado reclusa, misantropa... Sonhei quão realizada seria, dedicando-me a passar adiante o que aprendi.
Lembro-me com saudades de minha mãe, cujo orgulho parecia não caber no peito, ao ver a filha formada: PROFESSORA! Ela, que apesar da falta de oportunidades, no seu jeito simples de mestra do interior, sem formação acadêmica, ensinou-me o valor do respeito e da dignidade.  Durante muito tempo andei calada. Ouvi meus mestres e deles procurei assimilar o que tinham de melhor. Guardei na memória rostos, ensinamentos, lições de vida. Perdoei as falhas. Somos todos seres imperfeitos. Somos todos seres em evolução. Também eu preciso ser perdoada. A toda hora. A todo momento. 
Não, não errei na profissão... Sou professora, acho que não saberia fazer outra coisa. O que dói, dói muito mesmo, é sentir na pele a desvalorização e o descaso com que somos tratados. Andar cabisbaixo, sem perspectiva. Ainda assim, resistirei. Até quando? Não sei... 

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