sábado, 8 de outubro de 2011

Em tempos de subjetividade

"Dias sim, dias não 
Eu vou sobrevivendo sem um arranhão 
Da caridade de quem me detesta"
                                       Cazuza

Ando revoltada. Uma revolta boa, que me faz caminhar, que não me deixa "sentada no trono de um apartamento com a boca escancarada, cheia de dentes, esperando a morte chegar". Ando sobrevivendo a cada dia às intempéries da vida. Os dias que não são de Sol, fazem-se forte. A chuva também é necessária. Lava as feridas da alma. Sobrevivo. Sem um arranhão. E agradeço a caridade dos que me detestam, mas saberei viver sem ela. Sou força de trabalho e fé. Acredito no poder transformador das palavras e das ações. Já vivi de migalhas. Já sofri calada. Hoje, creio no SER HUMANO que sonha. Mais ainda, creio no SER HUMANO que faz o bem. 
Maldades acumuladas, inescrupulosas formas de poder. Usurpação, enganação. Meias verdades, verdade alguma. Troca fácil. Mercadoria a preço vil. E o chicote a estalar nas costas nos que ousam desafiar. A Casa Grande e a Senzala. As ordens ditadas, a anuência sem contestação. Marcas de uma sociedade decadente. Estigmas de uma relação cada vez mais pobre entre os cidadãos, cujos interesses individuais suplantam o interesse coletivo. Faces do mal, sutilmente instaladas no Mundo.
Vou sobrevivendo... E quanto mais inconsequente me torno, mais feliz fico comigo mesma! Sem culpas, sem noção do perigo, pois  que a vida é somente passagem. E dela levarei o que vivo, o que sinto e faço. Não aquilo que apenas desejei fazer.

Nenhum comentário:

Postar um comentário