sexta-feira, 2 de setembro de 2011

"Quanto mais eu ando, mais vejo estrada..." (Geraldo Vandré)

Confesso que chorei. De emoção, no dia que publicaram o aguardado acórdão do STF, dando-nos garantia da constitucionalidade do PISO como vencimento básico . Senti-me vitoriosa, afinal, era a primeira vez que tínhamos a nosso favor uma LEI FEDERAL. Mas mentes do mal deturpam, escandalizam, tramam nos subterrâneos do poder... E aí, de novo eu chorei, mas de raiva e indignação, quando os representantes do governo apresentaram aquela "proposta indecente" à categoria. Rasgaram nosso plano de carreira, jogaram-no no lixo, com o apoio da mídia que se vende e do Ministério Público que, a priori, deveria defender os cidadãos de bem e zelar pelo cumprimento da Lei. Senti-me desamparada.
Mas, se a intenção do governo é  "destruir" nosso plano de carreira, temos que considerar que ele ainda está em vigor e que, por isso, deve ser respeitado na íntegra, o que inclui a aplicação dos percentuais de mudanças de níveis (22%)  e graus (3%). Um plano de carreira não pode ser extinto assim, virar "fumaça" de uma hora para outra. Isso é típico de ditadores. Creio que qualquer alteração em nosso plano de carreira deva passar pela aprovação da Assembleia Legislativa. Aí teremos que cobrar dos deputados uma postura de apoio à nossa causa, preservando nosso plano e votando contra tudo que vier a descaracterizá-lo. Vem também a questão dos direitos adquiridos, mas sabemos muito bem que nesse país chamado Gerais, nada disso é levado em conta, principalmente em se tratando das classes menos abastadas, entre as quais nos incluímos.
Penso ainda que uma das estratégias do governo é nos enrolar até que a maioria faça a opção pelo subsídio. Não caio nessa. Até que eu veja esgotadas todas as possibilidades de conquista, permanecerei no sistema com vencimento básico. Estou "perdendo" dinheiro, mas não a honra e a dignidade, pois luto pelo que é direito de todos, luto contra a vilania, contra essa forma "brasileira" de governar para as minorias ricas, passando por cima das leis ou interpretando-as ao seu bel-prazer.

Foto publicada no Jornal Super, de 2 de setembro de 2011, página 4.
Assembleia da categoria, 31 de agosto de 2011.

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