sexta-feira, 16 de setembro de 2011

Manifestação termina em confusão entre professores e polícia na Praça da Liberdade



16/09/2011 21h04

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Uma confusão envolvendo professores da rede estadual e a Polícia Militar foi registrada na noite desta sexta-feira (16) na Praça da Liberdade, região Centro-Sul de Belo Horizonte, onde ocorre o evento que marca a contagem regressiva dos mil dias para o início da Copa do Mundo. De acordo com Beatriz Cerqueira, coordenadora do Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação (Sind-UTE), os militares chegaram a usar gás de pimenta contra os manifestantes.
“Nós fizemos nossa manifestação, ficando acorrentados na praça durante todo o dia, que foi encerrada assim que conseguimos a reunião para terça-feira. Em seguida, os cerca de mil professores que continuaram no local se envolveram em um confronto com a polícia”, explica a coordenadora.
Segundo Beatriz, em certo momento foi usado um ônibus para bloquear os representantes da categoria. “A polícia fez uso de gás de pimenta, que é uma arma silenciosa e que ninguém vê”, afirmou.
Procurada pela reportagem de O Tempo Online, a Polícia Militar iformou que não houve nenhum princípio de tumulto ou confusão durante o evento.
Testemunhas - Por meio do Twitter, testemunhas contaram ter visto os militares usando tiros de borracha, além do gás de pimenta, e que houve correria na Praça da Liberdade.
@contramao_una PM avança contra manifestantes da Praça da Liberdade. Grevistas e estudantes lançam grades contra a Tropa de Choque.
@contramao_una Correria na Praça da Liberdade. Grevistas quebram as grades de isolamento e avançam contra a Tropa de Choque.
@contramao_una Ação da PM dispersa manifestantes. Tiros e fogos ouvidos nas imediações do Palácio da Liberdade. Um homem ferido.
Movimento - Em greve há mais de cem dias, os servidores afirmaram que não voltarão às salas de aulas enquanto o Governo de Minas não apresentar uma proposta que atenda às reivindicações da categoria. Os educadores querem que o plano de carreira seja considerado. Segundo eles, o valor de R$ 712,00 está sendo oferecido pelo governo para todos os profissionais, mas só seria justo para professores com ensino médio que cumpre carga horária de 24 horas. A categoria pede que o salário seja proporcional à formação e ao tempo de carreira.
Ilegalidade - Também nesta sexta-feira, o Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) acatou o pedido do Ministério Público (MP) e considerou ilegal a greve dos professores da rede estadual, que dura 101 dias. A decisão é do desembargador Roney Oliveira da 2ª Câmara Civil do Tribunal de Justiça de Minas Gerais. No entanto, de acordo com a coordenadora do Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação (Sind-UTE), Beatriz Cerqueira, a categoria não irá suspender o movimento e vai recorrer.
Em caso de descumprimento está previsto o pagamento e multa gradativa de R$20 mil pelo primeiro dia de continuidade do movimento, a contar a partir de segunda-feira (19), R$30 mil pelo segundo dia; R$40 mil pelo terceiro; e R$50 mil pelo dias subsequentes; limitado o montante da pena a R$600 mil.
Conforme Beatriz Cerqueira, a categoria só será obrigada a suspender o movimento depois que todos os desembargadores avaliarem o mérito da questão que, até o momento, trata-se apenas de uma decisão liminar.
Atualizada às 21h15.
 

Quem disse que em Minas Gerais os Poderes são independentes?
Já era de se esperar: O desembargador Roney Oliveira concedeu, nesta sexta-feira, liminar determinando que a greve dos servidores estaduais da educação seja suspensa imediatamente, por considerá-la abusiva.A decisão desta sexta-feira não julgou sobre a legalidade da greve. Este julgamento ainda será feito, segundo o Tribunal de Justiça de Minas Gerais.
O Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação de Minas Gerais (Sindi-UTE/MG) disse que vai entrar com um mandado de segurança contra a liminar do desembargador Roney Oliveira. A diretora-geral do sindicato, Beatriz Cerqueira, disse que foi notificada do fato e que vai recorrer. Até o julgamento do recurso, os servidores vão manter a greve. Na terça-feira (20), está prevista uma assembleia da categoria, em frente à Assembleia Legislativa de Minas Gerais, em Belo Horizonte.
A liminar determina que os grevistas voltem imediatamente ao trabalho, sob pena de multa gradativa a partir do primeiro dia, que será na segunda-feira (19). No despacho do magistrado, está determinado que o primeiro dia de descumprimento seja penalizado com R$ 20 mil, R$ 30 mil para o segundo, R$ 40 mil para o terceiro e R$ 50 mil para o quarto. Se a desobediência persistir, a multa segue de R$ 50 mil por dia até completar o montante máximo de R$ 600 mil.
Em Minas não há independência dos Poderes. Legislativo e Judiciário (com exceções, é claro) servem aos interesses do Executivo. Greve ilegal? E a aplicação correta, sem subterfúgios, da Lei 11.738? Quando vão cobrar isso do nosso "queridíssimo" governador? 

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